segunda-feira, 21 de março de 2011

- Faca de dois gumes, 12° missão.


Ainda bem que outras coisas falam mais alto que lembranças.











Veneno repousa no copo ao lado
escondendo o pequeno apego egoísta
escorrendo na parede o medo incerto
sou um corvo, não um artista

sob o fogo a fortaleza se despedaça
não tente fugir para o esquecimento
eu lembro de cada frase contada
palavras não curam o sentimento

vitima de minha própria memória
a tortura esvazia a mente
eu quero apenas um abraço
e esquecer de tudo para sempre

não posso ver a tristeza
quando o punhado de sonhos é aberto
a vitima da faca de dois gumes
é feliz com seu sorriso aberto

domingo, 20 de março de 2011

- A realidade profana, 11° missão.


Ela não parece tão ruim daqui.











trazendo a liberdade na angustia
Uma foice prateada brilha na madrugada
envolvido em chamas o ar ainda é frio
toda a esperança morre com a sua chegada

o inconciente cheiro apaga as luzes
não confunda a libertação com dor
a cavalgada para o desconhecido
a morte veio mostrar a sua cor

queimando a moralidade esculpida
envolto do ceifeiro maligno
a chuva cai e o caminho é aberto
quem diria que a morte é um ser benigno?

a sua hora de ir chegou finalmente
venha e segure a minha mão apodrecida
não ligue para o cheiro refletido
a minha palidez é uma velha conhecida

eu vim colher a vossa alma cansada
das sombras que pintam as paredes do mundo
as estrelas esquecidas não cantam mais
esqueça o medo insano e profundo

vozes na escuridão choram solitarias
não tenha medo de vir comigo
cante uma doce canção sobre o futuro
eu não sou de forma alguma seu inimigo


segunda-feira, 7 de março de 2011

- Acreditar e odiar, 10° missão.


Deus, um presente pra você.











chorando pelo sangue azul que corre
O ódio é o unico caminho para o pecador
que se esqueceu de como é voar livre
eu ainda devo crer no criador?

por ele eu deveria matar
por ele eu deveria chorar
para ganhar o paraiso
você não pode me curar?

eu descobri a verdade por trás do mundo
eu vi coisas que não devia ter visto
eu descobri que era um cego e perdido
será que eu realmente existo?

na profunda agonia eu devo me vingar
sob a chuva eu seguro a lamina brilhante
estou de frente a sua porta escura
passar por tudo aquilo foi humilhante

quero provar o seu sangue quente
lembrar o sentimento de vida perdida
mantendo firme a posição superior
eu não queroe ser um escravo suicida

por isso empunho a lamina da verdade
encravo no peito de quem acredita
tudo isso é a vontade de deus
e é realmente a vida infinita?

eu quero mostrar a cor da verdade
quero tomar o vinho e ferir
chegou a hora de ir até o éden
e fazer o céu ruir




domingo, 6 de março de 2011

- Passado, visto do presente, 9° missão.


Past.










estou lhe dando o meu ultimo conto
eu não pretendia te perturbar novamente
você sabe o que eu fiz, desculpe
não quero replantar essa semente

eu deixei para trás a primavera doce
eu ceifei o olhar inocente refletido
eu demorei pra achar o que havia procurado
eu chorei noites e noites sentado no frio

deixei ser esculpido na ferrugem
o meu nome perdido com o outono
suspiros e lagrimas, todos em vão
o sofrimento tomava o meu sono

onde o show de horrores iria?
até onde isso iria me levar?
por favor, não caia!
no honesto ato de me matar

sábado, 5 de março de 2011

- O mundo vazio, 8° missão.


Apenas uma pequena reflexão.









solitário, contemplando os céus sem nuvens
apenas um sonho, esquecido na memória
esperando ver lugares distantes
a terra onde se passava a antiga historia

a vida continua contando verdades
meus sonhos vão se perdendo
olhos malignos olhando com desprezo
e uma mente cansada, em dor se remoendo

olhando para o ceu triste e cinzento
pintado pelo mundo morto em que vivo
encostado na borda da janela escondida
passando dias e anos, muito cansativo

nenhuma dragão azul voando no horizonte
abrindo caminho entre a tempestade
acalmando as nuvens negras com seu olhar
eu choro por nada disso ser verdade

nenhum herói a cavalo com boas intenções
nenhuma criatura dentro do antigo labirinto
nenhuma donzela presa no alto da torre
nenhuma caverna com um monstro faminto