
- Depois de um longo dia de trabalho (risos), estava sentado em uma cadeira na porta da taberna vendo o movimento e vi um homem andando lentamente pela rua, sua aparência era estranha e me deixou perplexo, então o chamei para beber alguma coisa de graça.
Conversamos por algum tempo sentados no balcão colecionando algumas canecas de cerveja e ele me contou sua historia.
Ele caminhava calmamente pelos bosques de Elbon, trajava uma roupa de couro usada por guerreiros e uma espada jazia na bainha presa as costas. Em uma clareira entre as arvores, viu um estranho ser cantando e dançando com beleza. O guerreiro avançou entre os arbustos, ainda escondido e começou a observa-la, era uma elfa-negra. Sua pele era azulada e seus graciosos cabelos escondiam duas orelhas no formato de folhas, era uma princesa, uma princesa da floresta. Quando se aproximou mais um pouco, a elfa percebeu que estava sendo observada e correu para a floresta sumindo na escuridão.
O guerreiro, encantado com a sua beleza a procurou pela floresta por dias e sempre voltava até a clareira e lembrava-se do que viu.
Um dia, por sorte ou por ela ter deixado, o guerreiro a viu, ela estava sentada em uma pedra olhando para a lua. O guerreiro se aproximou lentamente e se apresentou, a elfa olhou assustada e sussurrou alguma coisa em uma língua estranha. Mesmo sem entender, o guerreiro considerou uma permissão para se aproximar mais, sentou-se ao lado da elfa, não sabia o que dizer, ele não sabia se ela entenderia. Seu coração batia rápido e seu corpo tremia, ele estava apaixonado pela sua beleza. Inclinou-se e ela deixou, os dois se beijaram sob a luz do luar.
A elfa então fez um gesto, segurou sua mão e desceu da pedra com incrível destreza, o guerreiro, de uma forma mais lenta, foi atrás.
Eles caminharam pela floresta escura sem medo, um tinha o outro e seus olhares se cruzavam com freqüência. Após algum tempo no escuro chegaram a uma pequena porta de madeira aberta em uma grande rocha, próximo de um pequeno lago com o formato arredondado, onde a água era calma e escura. A elfa virou-se para o guerreiro com um sorriso no rosto, soltou sua mão e entrou pela porta sumindo na escuridão lá de dentro e o guerreiro foi atrás.
Era muito escuro, mas no fundo, ao longe, era possível ver um ponto de luz muito clara. Ao andar pelo local, o guerreiro ouvia uma musica muito bela ecoando pelas paredes húmidas. O canto vinha da elfa, ele podia reconhecer sua bela voz em qualquer lugar.
Começou a correr e após algum tempo chegou até onde a luz estava, chegou a uma pequena ilha onde era possível ver um belo jardim onde as arvores frutíferas eram grandes e majestosas e as flores pareciam mais vivas, brilhavam como nunca sob a luz das estrelas e da lua. A elfa estava sentada em um tronco caido com as pernas dentro da agua do lago, ela as mexia freneticamente.
O guerreiro e a elfa se divertiram muito, mesmo um sem conseguir se comunicar direito com o outro. Comeram todos os tipos de frutas que encontraram, as quais a elfa pegava facilmente subindo em galhos com muita leveza e habilidade, ela parecia acostumada a fazer aquilo. Dançaram perto da agua sob a musica emitida por algum encanto da floresta que o guerreiro desconhecia e não fazia questão de descobrir, pois estava extasiado com a bela melodia. As forças da natureza agiam fortemente sobre a ilha e fizeram com que o guerreiro pudesse entender as palavras da bela elfa, os dois conversaram sub um enorme carvalho, a elfa contou seu nome, um nome impossível de ser pronunciado por um humano. Conversaram sobre muitas coisas e o guerreiro aprendeu muitos segredos místicos e o convidou para ir até a ilha sempre que quisesse para se encontrar com ela, mas não poderia fazer nenhum mal a natureza nunca mais ou a ilha o castigaria, e isso ele prometeu.
O guerreiro partiu com pesar no coração, pois havia amado a elfa e aquela bela terra e deixa-las era muito doloroso. De qualquer forma, o guerreiro ia até a ilha a cada dois dias e lá conversava com a bela elfa, contavam suas historias e conversavam, ela era o amor da vida do guerreiro e ele não podia perde-la.
Então, um dia, o guerreiro convidou a elfa para ir até sua casa, os dois saíram na madrugada da ilha e passaram pela porta na rocha, quando entraram na floresta onde haviam se conhecido, um enorme urso negro apareceu na frente dos dois, ele parecia furioso e faminto. Rapidamente, visando proteger sua amada, o guerreiro sacou sua espada e perfurou a barriga do urso, quando o mesmo levantou-se nas duas patas traseiras para golpear a elfa com sua pata. O urso caiu de bruços sobre a elfa machucado-a. O guerreiro pegou o frágil ser nos braços e carregou para a ilha, lá implorou para que a natureza salvasse sua amada mas a natureza nada fez. Ela então disse que o urso não a atacaria de verdade, que ela só queria saber se o guerreiro era digno de ter a sua mão, e ele não foi. Uma voz entre as folhas verdes das arvores ecoou e disse para que o guerreiro deixasse a elfa e fosse embora da ilha para nunca mais voltar e por amor, ele o fez.
A porta na pedra nunca mais foi encontrada.
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