terça-feira, 26 de abril de 2011

♥.

- Cacete, como vou mostrar pra ela o que estou sentindo? – resmunguei olhando pela janela.

O trem, como todas manhãs, estava completamente lotado e, talvez pela primeira vez, não me importei com isso nem um pouco, meus pensamentos estavam distantes. Nem mesmo o vento frio, que penetrava pela minha pele fazendo os dentes rangerem em um movimento constante, conseguiam mudar meu pensamento.

As arvores passavam rapidamente pela janela, verdes e cobertas de musgos, logo sendo trocadas por um amontoado de concreto seco. O cheiro de névoa era trocado também, pelo odor podre de poluição e fumaça liberada pelas grandes chaminés das fabricas ou pelo escapamento dos carros.

Peguei o celular do bolso com dificuldade, por culpa do amontoado de pessoas e comecei a digitar sem pensar.

“Antes de você, eu nunca havia sonhado acordado a noite. Antes de você, eu nunca havia chorado de alegria. Antes de você, eu nunca havia visto os olhos de alguém na escuridão do meu quarto. Antes de você, eu nunca havia enrolado o cobertor e o abraçado em um gesto desesperado de saudade e carência. Antes de você, eu nunca havia sorrido de verdade, mostrando todos os dentes. Antes de você, eu nunca havia me esforçado por alguém. Antes de você, eu nunca tinha sentido esse ciúme forte com medo de te perder para alguém.”

Parei e olhei para o que tinha digitado, claro, como sempre, eu iria chegar em casa e arrumar depois de um surto de inspiração, mas ele não havia vindo, aquilo era só... aquilo.

Apaguei tudo e guardei o celular no bolso novamente.

- Eu quero demonstrar isso, mas como? – sussurrei olhando novamente pela janela.

Sentei na segunda carteira da segunda fileira da sala comprida e cheia de alunos, como sempre fiz. Alguns garotos falavam em voz alta sobre qualquer assunto sortido, outros riam e outros gargalhavam.

- Eu não preciso suportar isso. – disse a mim mesmo colocando o par de fones de ouvido e ligando a musica no ultimo volume.

Depois, abri o livro que estou lendo no momento e encarei as letras impressas na pagina amarelada como se elas fossem me dizer o que fazer. Não deu tempo, o garoto que senta ao meu lado se aproximou e começou a puxar conversa. Merda.

Sai mais cedo da faculdade, antes de aula de Elétrica terminar. Não queria voltar com o meu vizinho de carteira, ele iria conversar comigo e eu precisava escrever alguma coisa.

Atravessei a catraca e caminhei pela suja e fria avenida cheia de bares em passos firmes e nariz erguido. Quando pude ver a estação, o trem passou em uma velocidade impressionante, esqueci tudo, comecei a correr o mais rápido que pude e assim que o trem passou pela estação, eu aumentei a velocidade na esperança de conseguir entrar nele. Doce ilusão.

Fiquei sentado em um banco de madeira olhando para o horizonte, as nuvens negras cobriam todo o local e o frio apenas se intensificava, junto com o medo de uma forte tempestade que estava a caminho.

Peguei o celular novamente e olhei para ele.

- O que vou escrever? – grunhi em voz alta.

O guarda da estação que estava parado olhando para a estação com os olhos fixos na grossa linha de ferro que a atravessava e virou-se para mim em um gesto assustado.

Sentado no banco duro do trem, congelando com o ar condicionado ligado, virei-me em direção a janela. Novamente as arvores estavam passando, mas dessa vez, o vento forte as fazia dançar em varias formas, dando a impressão de que elas eram moles.

Tirei o celular do bolso e tirei uma foto das arvores, ela ficou borrada, então apaguei.

- Cacete.

Apesar de tudo, sob as cobertas quentes, eu estava muito feliz, por vários motivos.

- Batemos o recorde! – disse pra mim mesmo enquanto me mexia na cama a procura de uma posição confortável.

O vento assobiava lá fora quando as primeiras gotas caíram e molhavam o vidro do meu quarto.

- Ótimo, chuva.

Peguei o celular novamente e encarei-o com os olhos semicerrados.

- Vamos, eu a amo e quero mostrar, me ajuda! – disse em voz baixa.

Ele não respondeu.

- Já sei! Vou escrever um conto incrível sobre ela sofrendo um acidente e eu indo ficar com ela no hospital até ela acordar, por meses! – pensei que era a idéia do século, mas, não era.

O texto ficou muito descritivo, como todos os que eu faço e percebi que ia ficar as próximas cinco horas escrevendo e não ia sair do lugar, por isso, parei de digitar e peguei meu caderno e comecei a estudar.

Estudei, estudei e estudei.

A água do chuveiro caia quente sobre o meu corpo, me dando uma sensação muito prazerosa, o dia estava muito frio e aquilo era uma nova fonte de energia para uma mente cansada e dolorida.

- Eu a queria aqui comigo e não sei como dizer isso! – disse enquanto inclinava a cabeça para trás e deixava a água molhar meu cabelo deixando meu rosto vermelho e quente.

Sai do banho em vi a toalha azul-escura dela pendurada ao lado da minha em ganchos de metal.

- Acho que poderia me secar com a toalha dela, seria bom se sentir próximo dela. – pensei em voz alta e comecei a passa-la pelo meu corpo molhado até sentir os pequenos gomos na minha barriga.

- Ah, olha só o que eu faço por ela, é bom que me ame muito.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

- sobre nós, 20° missão.

O medo no seu olhar brilhava melancolico em um labirinto sem saida dançando entre as lagrimas cansadas, estava a falta de esperanças e pensamentos fadados ao sono eterno e um medo recente da completa solidão preenchendo a mente ociosa.
O quarto escuro cobria com uma escuridão sem cor um ultimo pingo de razão que sobe as escadas com um farfalhar tãobaixo quanto um sussurro de uma criatura rastejando pelo quarto, feita do medo para o medo.
Então, no ultimo olhar pelo horizonte, na ultima tentiva cansada, um encontro sob a trilha tecida em teias de prata afastava aos poucos a incerteza com um punhado de sentimentos profundos, toques calorosos, olhares penetrantes e palavras de conforto.
A insegurança causada pelo temore de perder para sempre este caminho em direção ao desconhecido é um medo jovem e estranho, extremamente confuso e perdido, agravado por algumas centenas de quilometors que são percorridos vagarozamente pela esperança confiante que nos traz confiança.
É esse tipo de sentimento que nos move, esse tipo de coisa nos faz sentir em frente mesmo quando tudo parece acabado, se existe alguém, em qualquer lugar que nos faça tão bem, não serial legal desapontar essa pessoa com medos sem sentido, incertezas e birras sem fundamento.
Depois de tudo que foi passado, de todas as marcas deixadas e cicatrizadas, cujas ainda podem ser abertas com certo esforço e esse pavor é o que mais machuca.
Promessas são feitas e lembradas, encontrando novos sentidos e desejos esquecidos, um único olhar atravessa as barreiras trazendo a tona todo o tipo de pensamentos bons e gentis, é disso que nós somos feitos, é disso que a linha é feita, de um punhado de coisas boas que nascem e nos mostram o quão somos felizes um com o outro e como queremos continuar essa felicidade eternamente.

- uma estação, 19° missão.

Minha visão turva pelo sono de uma noite mal dormida é clareada pelas finas gotas de uma garoa fina e cortante que cai gélida sobre o meu rosto palido.
- Devia ter pego uma blusa. - comentei pra mim mesmo movendo apelas os labios, sem emitir qualquer som enquanto colocava a mão no bolso e trocava a musica que eu ouvia em um fone de ouvido.
sempre usei fones de ouvido, em etodos os lugares que eu ia, ele estava comigo. A vida era diferente com eles, uma nova visão de mundo podia ser desenhada na minha cabeça de modo diferente dependendo do som que ecoava pelos meus ouvidos invadindo o cerebro em um forte impulso.
Todas as pessoas daquela velha estação de trem tiveram seus caminhos futuros traçados pelos trilhos de ferro avermelhados pela ferrugem que se estendiam ao longo daquela estrada pavimentada com pequenas pedras.
Aquela massa ou, como gosto de nomear, o pequeno exercito feito de trabalhadores e estudantes com a vida traçada pelos seus superiores, cada um edeles é explocado pela propria terra, a qual são obrigados a amar em um juramento cego, a qual levam a mão ao peiteo em um gesto morbido de falso patriotismo enquanto seus labios cantam o hino.
Presos a trabalhos que odeiam na falsa esperança de um dia serem libertados devido ao seu esforço.
- Doce ilusão. - comentei rispidamente sentindo uma gota cair no meu olho tornando o simples gesto de abrir os olhos, uma ardencia fragil.
Depois da ardencia passar levemente com um forte esfregão dos punhos cerrados, vi uma garota ruiva ao meu lado, dividiamos a mesma estação de trem, o mesmo caminho e futuramente o mesmo vagão.
Será que eu sou como todo mundo? Será que sou realmente unico? Esse medo queima como brasa quente dentro do peito, martela o cerebro repetidamente em uma dor vagarosa e torturante.
O mundo é um lugar horrivel para se viver, somos TODOS controlados e os que pensam ser livres, quando descobrem que são controlados, perdem o controle, ainda bem que eu sempre soube o quão cativo sou.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

- um erro, três vidas, 18° missão.

- Um já foi! - disse a si mesmo o garoto arrastando o taco pela sala vazia.

O primeiro batimento começou a queimar como carvão quente, sua ex-namorada estava caida na sua frente jogava em uma parede, sentada em uma posição pereturbadora com os olhos vidrados observando os ultimos impulsos de vida deixarem seu corpo.A parede que um dia já foi branca, estava manchada de um vermelho vivo em um desenho sem formas escorrendo com uma gelida sensação de sopro de morte eque beijava sua ferida aberta e borbulhante.
- A segunda também se foi, vadia.
Muitos diziam com sussurros pensativos e tristes que percorriam sua alma como uma corrent eletrica forte lhe dando uma nova força e tornando seus passos tensos, porém, firmes.
- Meu melhor amigo, porra! Não acredito!
Esperou a ultima luz se apagar, estava escondido atrás de um poste, um capuz escondendoe seu rosto como uma sombra e o breu total cbrou a casa como um manto negro de terror ecoando pelo olhar vazio trazendo lagrimas em seu olhar vazio, onde apenas veias saltarvam trazendo uma cor diferente aos seus olhos, vermelho-sangue se misturando a agua e ao sal que congelavam com o vento frio da madrugada. Vermelho-sangue também era o fino traço que escorria de seu nariz fino brilhando como um ultimo rastro de vida.
A loucura havia tomado cada celula do seu corpo em uma insanidade imoral, o taco de madeira clara era segurado com força pela ponta do cabo e era arrastado pela rua, arrombou a porta com um chute violento procurando e farejando o menor sinal de vida, a procura de qualquer som, se tivesse sorte, um gemido de medo.

O segundo batimento começou a queimar como gelo contra a pele.
- Filha da puta, nem pra morrer em paz você serve!
O som da liberdade e satisfação foi arrancada de seus dedos e escorridos pelo ralo morbido e solitário que era a vingança, o medo foi jogado ao vento com um terror destrutivo, as sirenes haviam cercado o local e se misturavam com varios sons de vozes xingando alto com raiva de ter a noite perdida.
O medo finalmente percorreu o corpo do garoto ensanguentado, congelando qualquer energia trazida pelo ato podre, onde o coração palpitava em um ritmo assassino.
- Eles não vão me pegar, não vivo!
Em um gesto rapido, os seus pe´s se moveram com temor correndo pelas suas veias congeladas, se escondeu em um quarto, onde a sua ultima esperança era perdida no labirinto que era a esperança.
Passos no corredor eram perdidos em vão, a arma de madeira empunahda com as duas mãos tremulas sobre a sua cabeça, pronto para derrubar em um unico golpe certeiro, até que a porta foi arrombada com um som alto e rápido que fez seu olhar congelar. O homem entrou no comodo e iluminou com uma lanterna o rosto palido e assustado do garoto. O gatilho foi mais veloz do que o taco.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

- Sangue e vingança, 17° missão.

O gélido vento de uma noite de outono atravessava a rua como um sussurro ríspido e triste, acompanhando-o vinham os últimos olhares nervosos e esperançosos observando o movimento quase morto de suas janelas altas e protegido nos prédios cinzentos e antigos que se estendiam em direção ao céu rasgando-o como a ponta de uma faca.

Em um desses prédios, não no mais bonito e nem no mais feio, morava Edward.

Claro, aos 20 anos, era difícil para ele manter o aposento completamente limpo e arrumado, algumas roupas estavam espalhadas e amassadas no chão do único quarto, sua cama estava desarrumada a dias e sobre ela, um prato jazia com farelos de pão.

Com um estrondo alto que ecoou pelo corredor escuro do andar em que morava, a porta da entrada de seu apartamento abriu chocando-se contra a parede com força e uma rajada de um vento frio invadiu o local.

Edward acordou subitamente de um leve cochilo no sofá, levantou-se e preguiçoso, arrastou os pés pelo chão frio e liso até a porta, fechou-a sem qualquer barulho e voltou seus olhos para o relógio redondo posto na parede. 8:00 horas, sua namorada chegaria as 10:00, havia tempo de sobra para arrumar o local, tomar um belo banho quente e talvez, pedir a sua janta, uma grande pizza.

Foi até o quarto com movimentos lentos e cansados, recolheu o prato e levou-o até a pia, não com mais velocidade do que fez qualquer coisa anteriormente, com sua mão livre, coçou o olho e procurou tirar qualquer tipo de sujeira ou meleca que pudesse assustar a garota.

- Talvez aconteça hoje. – disse a si mesmo enquanto dobrava um cobertor que cheirava a mofo. – Talvez ela até durma aqui, é tarde, não vou deixar ela ir embora sozinha... talvez ela queira transar comigo!

Edward namorava uma garota a quase três meses, ela não era virgem, de forma alguma, mas sempre parou qualquer iniciativa do rapaz com alguma desculpa esfarrapada, isso deixava o Edward nervoso.

- Será que tenho alguma camisinha perdida? – se perguntou enquanto jogava a coberta dobrada sobre a cama. – Faz tempo desde a minha ultima transa, foi com aquela bêbada no banheiro de uma balada. – terminou, sentiu um leve formigamento entre as pernas e sorriu.

Depois de arrumar o pequeno apartamento, olhou novamente para o relógio, quase 9:00 horas. Ele precisava de um banho, sentia um cheiro horrível emanando de todo o seu corpo suado, havia trabalhado até mais tarde naquele dia, recebendo um dinheiro a mais para o dia de hoje. Seu cabelo estava oleoso por causa do muito suor que escorreu enquanto estava no ônibus lotado.

- Nenhuma garota vai sequer olhar pra mim com essa cara. Muito menos chegar perto com esse cheiro de porco suado. – resmungou.

Pego sua toalha estendida em uma pequena cadeira de madeira, onde moravam alguns cupins, colocou-a sobre o ombro, pegou uma muda de roupas dobradas e foi para o banheiro sujo escuro e com um leve cheiro de esgoto.

Ascendeu a luz usando o interruptor ao seu lado e caminhou até a pia em dois passos curtos, colocou a roupa em cima e pendurou a toalha em um gancho de ferro preso a parede, depois, despiu-se, jogou a roupa em um canto no chão e abriu o chuveiro entrando em baixo dele logo em seguida, no começo, a água estava fria, mas logo esquentou seu corpo, fazia frio e a água quente lhe dava novas forças depois de um dia cansativo.

Seu corpo corou enquanto a água lhe esquentava, depois de um tempo, começou a passar o sabonete pelo corpo sem pressa, mas antes de qualquer outra coisa, o chuveiro deu um forte estalo e uma luz ascendeu em um fio verde que ficava para fora da parede, em seguida a água deixou de ser quente e tornou-se muito gelada e Edward estremeceu e resmungou.

- Cacete de chuveiro velho!

Desligou o chuveiro o mais rápido que pode e estendeu o braço a procura da toalha, não encontrou, olhou para o gancho de ferro e ele estava vazio.

Pegou a toalha de rosto na pia, pensativo e começou a secar seu corpo magro com aquele pedaço de pano minúsculo, colocou o short, mas antes que pudesse vestir a camiseta que havia pego, ouviu um barulho alto vindo da sala, como de um vidro se estilhaçando.

Abriu a porta e olhou, a sala, cuja estava escura e se perguntou se havia desligado a luz, quando ouviu um barulho vindo do quarto.

Ladrões, pensou na mesma hora.

Fechou a porta do banheiro e fechou o trinco, quem quer que fosse, não iria o levar embora, talvez fosse alguém vindo atrás dele por causa do seu passado estranho.

Apagou a luz do banheiro de modo que a única claridade no aposento vinha da pequena janela no alto do lugar, parou de frente para a pia e jogou a cabeça para trás com os olhos fechados, abriu a torneira de modo que uma fina linha de água caia na pia, molhou as mãos e molhou o rosto em seguida tentando por os pensamentos em ordem.

- Acho que estou ficando paranóico. – disse ele olhando para o espelho. – talvez tudo isso seja coisa da minha... – parou, quando fitou o espelho com cuidado.

Uma mancha vermelho-escuro pintava seu rosto com uma grossa camada, olhou para as mãos e elas também estavam com essa cor, deu um grito alto e olhou para a pia, o que antes era água que saia da torneira, parecia... sangue.

Limpou o rosto com a camiseta que estava perto e saiu do banheiro, atravessou a sala com os punhos cerrados e passos longos e firmes até que sentiu algo penetrando na sola de seu pé descalço, com um gemido abaixou-se e viu um fino caco de vidro rasgando sua carne, arrancou-o e percebeu quando olhou para cima, a luz estava apagada porque a lâmpada havia explodido.Riu para si mesmo.

- Que idiota que eu sou. – pensou pondo a mão no rosto.

Mas, a mancha de sangue na mão era real, fazia muito tempo que não usava qualquer tipo de droga, havia parado com isso e não iria voltar. Após resmungar, ouviu um barulho estranho vindo de seu quarto.

- São só alucinações, não tem nada lá. – repitiu pra si mesmo algumas vezes enquanto ia em direção a mesa.

Pegou a faca que estava lá em cima, empunhou-a com força e foi em direção ao quarto, cujo a porta estava fechada. Eu não a fechei, pensou.

Abriu a porta de madeira fina lentamente, fazendo mais barulho do que esperava, não havia nada lá, nada anormal. Suspirou aliviado.

Virou-se para a sala, e então, seu coração saltou forte. Na parede havia uma mancha enorme de sangue, de quase dois metros se estendendo horizontalmente, como se uma mão sangrando tivesse passado por ela, ele conseguiu perceber algo parecido com dedos no final da linha, colocou a mão na boca e esfregou os olhos, ela ainda continuava lá.

Correu em direção ao telefone, que estava sobre um balcão e começou a discar o numero da sua namorada quando a campainha tocou, Edward jogou o telefone no gancho e disparou em direção da porta sem olhar para a mancha.

Estava com medo, mais medo do que já teve em toda sua vida, um frio estranho penetrava em seus ossos como estacas de gelo e a faca tremia junto a mão suja de sangue, pingando.

Olhou no olho-magico e viu um vulto de um homem parado de costas, usava uma jaqueta, de couro talvez, mas, havia algo errado, ele virou-se para o olho mágico, seu olho era completamente negro e sem brilho, seus lábios sem cor e sua pele muito branca, ele murmurou algo olhando para o olho-magico, Edward perdeu então o pouco controle que havia sobre seu corpo, abriu a porta com toda a força, forçando-a a bater com força na parede. Cegos de ódio e loucura, pulou sobre o vulto e empurrou a faca sobre sua carne macia, fez isso varias vezes, estava com ódio, com dor e com medo.

Quando a adrenalina baixou, ele olhou para o corpo sem vida que segurava entre os braços, era Gabi, sua namorada, e em sua testa, estava escrita com cortes profundos “vingança”.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

- loucura, 16° missão.








todos temos um lado escuro.





Eu me dispeço da mancha negra
já que fui criado na cidade escura
nós todos temos nossos demonios
realmente, tudo isso é uma loucura

se eu deixar a verdade fugir
me esconderei nas entranhas quentes
pare de assombar a saude suja
com os nossos cerebros doentes

a cicatriz de tinta some sozinha
em um coração de pedra e aço
esse é o seu mundo e o que você merece
dance comigo e não perca o compasso

sexta-feira, 8 de abril de 2011

- Sussurro, 15° missão.




talk to me.







todos os caminhos estreitos me levam
onde a luz caiu e a sanidade irá reinar
eu não sei sobre o julgamento justo
você algum dia me poderá me perdoar?

as mentiras proibidas machucam
e a palavra do pecador queima como brasa
você clamou meu nome em um choro
e eu vim lhe acolher de baixo da minha asa

eu estive sob a cruz de ferro
orando e lutando pelo futuro que eu queria
tão facil foi o caminho para a loucura
pai, porque de mim você esquecia?

sua mente chora pelos confinamentos
e apaga as luzes da sua mente conciente
um dia suas preces seriam atendidas
escuros são os dias novamente

percebi como sou fraco e incapaz
minha inocencia voou para o inferno
a unica pessoa que eu queria proteger
partiu dos meus braços para um sono eterno

- O corvo, o lago e a tempestade, 14° missão.









Não, eu segurarei sua mão!




porque ela teve de morrer sofrendo
em um lago de lagrimas e sangue?
porque eu não pude segurar sua mão
eu não fui forte o bastante?

ventos pesados trazem a tempestade
que com o ultimo raio ilumina
o cansado bater de asas do corvo
na ponta de uma corda termina





domingo, 3 de abril de 2011

- Na alcatéia, 13° missão.






Você não pode fugir do que nasceu para ser.





Em meio a essa alcateia desperdiçada e sonolenta
vejo um vulto sombrio e um lamento na escuridão
ele anseia por uma utopia perdida imoral
onde meus olhos tristes encontrariam escravidão

se você pode ver um pedaço meu no veneno escorrido
eu vejo um pedaço seu perdido no choro derramado
em meus caninos era possível ver a dor de uma vida
seu calor mostra um fraco coração infeccionado

procurando saciar minha sede por carne e sangue
sou um lobo como você que corre entre os cordeiros
a diferença é gritante com suas memórias felizes
e eu nunca tive um amigo pra ouvir conselhos

vê a minha mão suja da cor da vida perdida
é a cor que seu rosto vai esquecer eternamente
eu vou te conduzir para dentro deste inferno
e você será como eu definitivamente

um lobo cansado de uivar e não ter resposta
de caçar nas gélidas planicies solitarias
de ver com olhos sonhadores as terras distantes
e esquecer essas malditas visões acinzentadas